Como você já deve saber, no dia 14, o Instituto ABIHPEC reuniu jornalistas, formadores de opinião e especialistas durante a palestra “Perfil do pedófilo, modus operandi, casos e prevenção”, em São Paulo, quando Andrea Freitas e Silvana Menezes fizeram uma explanação detalhada sobre o que ocorre no Brasil. Com atuação na área de Gestão de Riscos e Prevenção à Perdas, com foco na Inteligência da Segurança, Criminalística, Projetos e Análise do Comportamento Humano, as duas profissionais apresentaram dados sobre ocorrências e traçaram o perfil dos molestadores, que agem na família, nas escolas e no meio virtual.
As especialistas destacaram, também, a atuação da 4ª. Delegacia de Polícia de Repressão à Pedofilia, criada em 2011 em São Paulo, que tem entre seus objetivos apurar e reprimir os crimes contra a dignidade sexual de vulneráveis, além de criar um banco de dados com fotos de estupradores e pedófilos e um banco de DNA, com controle de entrada e saída dos criminosos junto às penitenciárias.
Andrea Freitas e Silvana Menezes abordaram a legislação existente (o Estatuto da Criança e do Adolescente e o Código Penal), com as penas a que estão sujeitos os condenados por crimes relacionados à pedofilia e a atual Lei 12778, promulgada em 2014, que classifica a exploração sexual de criança e adolescente como crime hediondo, sem direito à anistia, indulto ou pagamento de fiança. De acordo com dados compartilhados pelas especialistas, o número de denúncias registradas no Estado de São Paulo passou de 1.473, em 2012, para 2.188, em 2013.
Andrea Freitas e Silvana Menezes partiram para a identificação do perfil dos pedófilos com base em estudos de casos e dos impactos causados nas vítimas, que as auxiliaram na organização de palestras para disseminar uma das principais ferramentas de combate ao “criminoso sem face”: o conhecimento. Segundo dados obtidos pelas pesquisadoras na 4ª. Delegacia de Repressão à Pedofilia, 40% dos abusadores têm idade entre 18 a 40 anos , 35% até 17 anos e 25%, mais de 40 anos. Os dados mostram ainda que a maior parte dos casos (60%) não envolve pessoas com algum parentesco com a vítima. Pais molestadores chegam a 15%, padrastos, 10% e pessoas com outro grau de parentesco, 15%. As maiores vítimas são meninas (80%). Crianças entre 7 e 13 anos são as mais vulneráveis e representam 60% dos casos. Crianças com menos de 7 anos chegam a 35% e 5% são maiores de 13 anos.
O módus operandi dos pedófilos também foi identificado pelas pesquisadoras, destacaram a utilização das redes sociais para contatar as vítimas, com a criação de perfis falsos, oferecendo concursos entre os adolescentes e requisitando fotos sensuais, seminuas e nuas para avaliação, que acabam sendo vendidas na internet. Os contatos virtuais, iniciados nas redes sociais, acabam se concretizando em encontros pessoais, com manipulação e envolvimento da vítima.
Agradecemos por sua coragem de nos contar um caso tão delicado.
O reconhecimento de situações de violência é muito importante para que se possa dar encaminhamento adequado, tanto para quem sofreu à violência como para quem a praticou. Esse acompanhamento também deverá ser extensivo à família visando o enfrentamento da situação e amenização do trauma e das demais consequências sociais, psicológicas e físicas decorrentes desta violação de direitos humanos.
O Instituto ABIHPEC não fornece atendimento direto à população ou acompanhamento dos casos, nem atua na responsabilização de agressores. Desde 1999, lutamos por uma infância e juventude livres de exploração e abuso sexual desenvolvendo programas regionais e nacionais junto a empresas, conscientizando a população sobre o tema e influenciando políticas públicas.
Recomendamos que procure o Ministério Público da Infância e Juventude do seu estado, a Delegacia de Polícia da Criança e do Adolescente de sua cidade ou o Conselho Tutelar do seu município para solicitar auxílio.
Outras informações podem ser encontradas na seção “Informe-se e saiba como Agir” do nosso site.
Seguem contatos que achamos que podem ajudar neste processo:
PAVAS – Programa de Atenção à Violência Sexual
Dados para contato:
Endereço: Faculdade de Saúde Pública USP
Endereço: 03178-200, Av. Dr. Arnaldo, 925 – Sumaré, São Paulo – SP
Telefone: (11) 3061-7721
CEARAS – Centro de Estudos e Atendimento Relativos ao Abuso Sexual / Instituto Oscar Freire/ FMUSP
Endereço: Rua Teodoro Sampaio, 115, Faculdade de Medicina da USP – Instituto Oscar Freire, Cerqueira Cesar
CEP: 05405-000 São Paulo – SP
Telefone: (11) 3061 84 29
E-mail: cearas@iof.fm.usp.br
Site CEARAS
Centro de Referência às Vítimas de Violência do Instituto Sedes Sapientiae
Endereço: Rua Ministro Godoy, 1484, Perdizes
CEP: 05015-900 São Paulo – SP
Telefone: (11) 3866 27 56 e (11) 3866 27 57
Email: cnrvv@sedes.org.br
Site Sedes