Vera Bifulco*
Toda ação em saúde deve incluir a prevenção e a detecção precoce de algumas doenças crônicas, como o câncer, por exemplo. Dessa forma, se torna possível a implementação de estratégias integradas de prevenção do câncer, incluindo programas de vacinação contra o papilomavírus humano (HPV), rastreamento para cânceres de mama e colo de útero, além de campanhas de conscientização sobre outros fatores associados ao desenvolvimento do adoecimento oncológico. Essas estratégias incluem educar a população de maneira geral sobre a importância da saúde mental, hábitos de vida saudáveis, a maneira como estamos nos alimentando, a escolha de atividades físicas com continuidade, cessação do tabagismo e uso de outras drogas, evitar sempre que possível o estresse, a prática de uma espiritualidade dentro ou fora de uma religião escolhida, fazer novos amigos e conservar os antigos, o que propicia um pilar social importante, principalmente em grandes metrópoles onde o distanciamento geográfico é fator dificultador para os relacionamentos socias e pessoais.
A ida regular ao médico especialista que poderá orientar nos exames necessários para cada caso em particular faz parte das ações principalmente numa detecção precoce, caso em que haja um histórico familiar a ser investigado. Não se trata de fazer exames aleatoriamente e sem orientação médica. Cada caso é um caso, assim como cada ser humano é ímpar, singular. Não existem duas digitais iguais, logo não existem dois seres humanos iguais. A individualização do cuidado deve reger o bom senso e perpassa por uma educação em saúde.
Se o outubro rosa levanta esse problema através de eventos mais intensificados, cabe a cada pessoa, colocar em prática nos outros meses do ano, quais fatores associados ao câncer devem merecer sua atenção e começar a fazer melhores escolhas com ações que vão contribuir efetivamente para uma prevenção de doenças crônicas como o câncer.
Precisamos estar comprometidos com nossa saúde de forma mais ampla, conhecendo quais fatores de risco propiciam o surgimento de doenças crônicas e, através de ações educacionais, colocarmos em prática na nossa vida diária.
*Vera Bifulco é psicooncologista e conselheira do Instituto Abihpec.